O direito ao acesso à saúde reprodutiva de mulheres migrantes: desvelando processos de precarização da vida

Autores/as

  • Joice Graciele Nielsson Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)
  • Janaína Machado Sturza Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)
  • Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ)

DOI:

https://doi.org/10.37767/2591-3476(2019)08

Palabras clave:

Biopolítica, Direitos reprodutivos, Migração, Mulher, Saúde, Biopolitics, Reproductive rights, Migration, Woman, Health, Migración, Derechos reproductivos, Mujer, Salud

Resumen

O presente trabalho analisa as possíveis interações entre direitos humanos e os direitos humanos das mulheres, questionando acerca da proteção das mulheres migrantes e a precarização de suas vidas a partir do acesso aos direitos reprodutivos, sob a perspectiva crítica biopolítica. Parte da hipótese de que a intercessão entre migração e desigualdades de gênero produz formas distintas e mais intensas de violência, vulnerabilidade que impactam no acesso a direitos e à saúde reprodutiva das mulheres migrantes, produzindo a descartabilidade de tais vidas. A partir de um estudo bibliográfico, que segue o método hipotético dedutivo, conclui-se pela urgência do desvelamento deste processo progressivo de precarização permanente que recai especialmente sobre as vidas femininas, a partir do controle de seus corpos e de sua capacidade reprodutiva intensificada em meio aos deslocamentos migratórios.

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Publicado

31.10.2019